Tecnologia promete reduzir acidentes e já está em fase de testes
em rodovias federais
A
segurança viária no Brasil pode estar prestes a dar um novo passo com a chegada
dos radares de velocidade média. Essa tecnologia, já adotada em diversos países
europeus, demonstrou resultados significativos: um estudo realizado na Holanda
apontou que sua implementação reduziu em 19% o número de acidentes nas rodovias.
Mas afinal, como funciona esse novo modelo de radar?
O
radar de velocidade média, diferentemente dos modelos tradicionais que
registram a velocidade em um único ponto, faz a medição com base no tempo que o
veículo leva para percorrer um determinado trajeto. Para isso, são instalados
ao menos dois pontos de monitoramento. Quando o veículo passa pelo primeiro,
seu tempo é registrado. Ao cruzar o segundo, o sistema calcula o tempo total e
a distância entre os dois pontos — determinando, assim, a velocidade média do
trajeto.
Ou
seja: não adianta reduzir a velocidade apenas ao se aproximar do radar. Se o
tempo total indicar que o veículo percorreu o trajeto acima da velocidade
permitida, o motorista poderá ser autuado (quando a regulamentação estiver
ativa no país).
Por que esse modelo é tão eficiente?
Além
de coibir o excesso de velocidade em trechos mais longos — e não apenas em
pontos isolados — o radar de velocidade média desestimula práticas como
frenagens bruscas apenas para evitar multas. A fiscalização se torna mais
justa, já que considera o comportamento do motorista ao longo do percurso, e
não apenas em um instante.
Na
Europa, o aumento da potência de veículos, especialmente os elétricos, também
motivou a adoção dessa tecnologia. Carros com mais de 500 cv e que aceleram de
0 a 100 km/h em segundos se tornaram comuns, exigindo novas formas de controle
nas vias.
E no Brasil, já pode multar?
Por
enquanto, não. Os radares de velocidade média estão sendo instalados em caráter
experimental
em algumas rodovias federais para avaliação do comportamento dos condutores.
Ainda não
estão autorizados a aplicar multas, e qualquer informação em
sentido contrário é falsa.
A
expectativa, no entanto, é que a regulamentação avance nos próximos anos, à
medida que os testes forem analisados e os benefícios da tecnologia se
comprovem por aqui.